Jaqueline Geihe, atleta vegana, conquistou a medalha de ouro no Campeonato Europeu de Jiu-Jitsu. A competição da Federação Internacional de Jiu-Jitsu Brasileiro (IBJJF) ocorreu em 30 de outubro. Geihe venceu na categoria Peso Pena (56,5 kg) Adulto Faixa-Azul.
“Sinto que é importante ver um atleta vegano ganhando competições porque, mesmo que já existam muitos atletas incríveis e detentores de recordes do Guinness em uma dieta baseada em plantas, muitas pessoas ainda têm preconceitos contra indivíduos que seguem esse estilo de vida”, disse Geihe ao Plant Based News.
A alemã de 25 anos é vegana desde 2018, quando participou de um evento Cube of Truth, realizado pelo Anonymous for the Voiceless. Esses eventos envolvem a exibição de imagens de animais explorados e o diálogo com o público.
“Desde então, eu faço o meu melhor absoluto para não contribuir com dinheiro para essa indústria cruel”, disse Geihe. “Sou vegana por razões ambientais e éticas. Quero evitar o máximo de danos e crueldades desnecessárias na Terra quanto possível. Os benefícios para o meu desempenho atlético são apenas um subproduto vantajoso e bem-vindo.”
Veganismo e Jiu-Jitsu
Artes marciais, incluindo Jiu-Jitsu Brasileiro (BJJ), são frequentemente dominadas por homens. Dada a associação profunda entre masculinidade e consumo de carne, isso pode levar a concepções equivocadas sobre a melhor nutrição para artistas marciais.
“Especialmente em ambientes dominados por homens, como academias de artes marciais, ainda persiste a ideia equivocada de que comer animais mortos ou beber leite destinado aos bebês dos animais é a melhor maneira de alcançar a grandeza atlética”, disse Geihe. “Não há espaço para sequer tocar nos efeitos ambientais ou éticos dessa dieta.”
Embora ela goste de mostrar que veganos podem ter sucesso no BJJ, ela diz que tenta “não tornar meu estilo de vida vegano um grande debate em meu ambiente de treinamento, ou em qualquer lugar onde sinta que não há um interesse genuíno… Eu não gosto de desperdiçar minha energia com argumentos na maioria das vezes desinformados ou desatualizados.”
Mas há praticantes de BJJ veganos que são homens. O sucesso de Geihe ocorre um ano depois que outro vegano, Jorge Pastor, conquistou o ouro no Open Internacional de Jiu-Jitsu Santa Cruz. Pastor afirmou que a filosofia da academia de BJJ onde treina é: “Ame os animais. Cuide da Terra. Ajude uns aos outros.”
David Meyer é octocampeão mundial e um dos primeiros não brasileiros a alcançar a faixa preta no esporte. Ele é vegano desde 2000 e, agora, na casa dos 50 anos, atribui muito de seu sucesso contínuo no BJJ à sua dieta.
Fora do BJJ, Meyer trabalha na defesa dos animais. Ele é co-fundador e CEO da Humane America Animal Foundation e fundou o Adopt-a-Pet.com, o maior site de adoção de animais de companhia sem fins lucrativos do mundo. “Ajudamos 15.000 abrigos de animais na América do Norte a conseguir lares bons para seus animais de estimação”, disse ele ao greatveganathletes.com. “É apenas uma expansão do meu amor por todos os animais.”
Ganhos à Base de Plantas
Geihe diz que obtém toda a nutrição de que precisa a partir de alimentos à base de plantas para seu treinamento.
“Na preparação para competições, gosto de comer qualquer tofu bem preparado, tempeh e lanches feitos com manteiga de amendoim”, disse Geihe. “Se não estiver cortando peso, eu simplesmente adoro preparar uma grande quantidade de sopa de lentilhas, pois me alimenta perfeitamente e deixa muito tempo para treinar durante as semanas mais cruciais.”
Lutadores que seguem dietas à base de plantas podem ser encontrados em todas as modalidades de artes marciais. Mais famosamente, os campeões do UFC Nick e Nate Diaz (este último apareceu no documentário The Game Changers) seguem dietas à base de plantas ao se prepararem para as lutas para melhorar seu desempenho.
Em 2021, a boxeadora à base de plantas Claressa Shields conquistou o título de GWOT – Greatest Woman of All Time – após se tornar a primeira mulher a vencer um campeonato indiscutível em duas categorias de peso. A ex-campeã de boxe Melanie Fraunschiel é vegana desde 2014.
Dietas à base de plantas estão se tornando cada vez mais populares entre artistas marciais. Muitos que eliminaram produtos de origem animal de suas dietas descobriram que isso reduziu a inflamação, acelerou o tempo de recuperação e melhorou a resistência.
Há evidências científicas dos benefícios de dietas saudáveis à base de plantas para o desempenho atlético, especialmente em ambientes competitivos. Elas ajudam a reduzir a gordura corporal, o que pode impulsionar a força e o poder, permitindo que atletas, como lutadores, permaneçam em categorias de peso mais baixas. Aumentar o consumo de frutas e vegetais pode, de fato, ajudar na inflamação, permitindo que os músculos se recuperem mais rapidamente.
Alice Barth é uma apaixonada defensora da causa vegana, cujo comprometimento transcende seu estilo de vida alimentar. Sua escrita envolvente e informada busca educar e inspirar os leitores sobre os benefícios éticos, ambientais e de saúde do veganismo, refletindo seu compromisso com um mundo mais compassivo e sustentável.