Há três anos, minha breve experiência com uma professora e ativista dos direitos dos animais me levou a adotar o veganismo, uma decisão que recentemente decidi estudar como cientista. Os resultados do meu “autoexperimento”, publicados na revista científica Physiology and Behaviour, revelaram que o veganismo teve efeitos positivos na minha saúde, não afetou meu prazer ao comer e não teve impacto negativo na minha saúde mental.
Minha jornada começou ao conhecer uma professora vegana, apaixonada por razões éticas e pela crença de que outros estilos de vida causam sofrimento desnecessário aos animais. Inspirado por suas convicções, decidi experimentar o veganismo.
Embora o relacionamento com a professora não tenha perdurado, meu compromisso com o veganismo persistiu. Ao longo da pandemia, aprimorei minhas habilidades culinárias veganas, mas também enfrentei desafios, percebendo que o veganismo nem sempre é fácil e divertido.
Além disso, descobri que os veganos são frequentemente malvistos, uma percepção corroborada por pesquisas acadêmicas. A mídia desempenha um papel importante, com 73% das referências aos veganos em notícias do Reino Unido sendo negativas.
Minha busca por relacionamentos também foi afetada pelo preconceito antivegano, mas eventualmente conheci minha atual noiva, superando obstáculos iniciais. O estigma em relação aos veganos pode ser atribuído à mídia e à culpa percebida das pessoas em não adotarem um estilo de vida mais ético.
No final de 2021, questionei meu compromisso com o veganismo ao deparar-me com estudos que sugeriam possíveis efeitos negativos na saúde mental. Iniciei um “autoexperimento” dividido em duas fases de dois meses cada, alternando entre períodos veganos e não-veganos.
Os resultados revelaram que o veganismo afetou meu peso corporal, sendo mais eficaz na manutenção de um peso saudável. Contrariando preocupações comuns, meu prazer ao comer permaneceu consistente entre as duas dietas, assim como minha saúde mental.
Ao analisar os dados, percebi que o veganismo serviu como um alerta contra alimentação desnecessária, especialmente quando tentado por opções não-veganas. Concluí que, além dos benefícios ambientais, o veganismo pode contribuir para a manutenção de um peso corporal saudável.
Apesar de algumas limitações no estudo, como sua curta duração e ser baseado em um único participante (eu mesmo), as descobertas sugerem que o veganismo pode ser uma escolha saudável e sustentável, proporcionando benefícios além das preocupações comuns.
Nove meses após o término do experimento, permaneço comprometido com o veganismo, considerando seus prováveis benefícios para minha saúde, o meio ambiente e a redução do sofrimento animal mais significativos do que as pequenas inconveniências associadas.
Baseado na notícia de “BBC News Brasil“.
Alice Barth é uma apaixonada defensora da causa vegana, cujo comprometimento transcende seu estilo de vida alimentar. Sua escrita envolvente e informada busca educar e inspirar os leitores sobre os benefícios éticos, ambientais e de saúde do veganismo, refletindo seu compromisso com um mundo mais compassivo e sustentável.