Contrariando equívocos comuns, o veganismo não é uma dieta restritiva cheia de regras e imposições. Esse estilo de vida, que cresce mundialmente, não exclui o consumo de produtos comuns à nossa cultura, como bebidas alcoólicas.
Quando se trata de bebidas alcoólicas, a maioria delas não contém ingredientes de origem animal. Por exemplo, o vinho resulta da fermentação de uvas, enquanto a cerveja é fermentada a partir de cevada, milho ou trigo. A cachaça provém da fermentação e destilação do melaço da cana-de-açúcar, e a vodka, um destilado, pode ser obtida a partir de diversos ingredientes, incluindo arroz, cereais ou batata.
É crucial entender que dentro do movimento vegano há uma diversidade de pessoas com estilos de vida diversos. A única diferença entre um alimento vegano e um tradicional está na inclusão de ingredientes de origem animal. Sim, existem bebidas alcoólicas, como alguns vinhos e cervejas, que podem conter ingredientes de origem animal em sua produção.
Em relação à cerveja, as consideradas “verdadeiras cervejas”, tradicionalmente inglesas, são geralmente clarificadas com cola de peixe (”isinglass”). No entanto, a maioria das cervejas não utiliza ingredientes de origem animal.
Além disso, o único ingrediente de origem animal que pode ser considerado de origem animal, em cervejas mais comuns, é o E471. Os mono e diglicéridos de ácidos graxos E471 podem ser compostos de óleos vegetais como o óleo de coco e o óleo de palma, mas também de resíduos de animais de abate, como chifres, cascos e gordura.
Mas a maioria das bebidas comercializadas no Brasil, não levam esses ingredientes em sua composição.
Alguns vinhos, contém produtos de origem animal em sua composição ou processo de produção, como no refinamento. Produtos como sangue de animais para clarificar a bebida, medula óssea, gelatina de tutano, tendões e ligamentos de boi, albumina de ovos, óleo e bexiga de peixe, etc.
Mas a boa notícia é que diversos fabricantes de vinhos já abandonaram essas práticas que utilizam animais na produção, e atualmente, existem diversas marcas de vinhos e cervejas no mercado que não contém nada de origem animal, seja na composição ou no processo.
Em termos de moralidade de consumo de álcool, isso não cabe ao movimento determinar, pois a decisão de consumir álcool ou não, seja lá por qual razão, espiritual, familiar, política, é de cada indivíduo.
No entanto, diversos estudos apontam os malefícios do consumo de álcool, os problemas acarretados por esse hábito.
O consumo de álcool na nossa sociedade é comum e impacta diretamente na vida de milhões de famílias. Mas a decisão de consumir, cabe a cada um, e a opção de não consumir nada de origem animal e se tornar vegano, nunca vai ser empecilho para isso.
Em síntese, podemos ser veganos, lutar pelos direitos dos animais, ser completamente engajados no que diz respeito à alimentação saudável, e consumir cerveja, vinho ou outras bebidas alcoólicas, desde que não contenha produtos de origem animal.
Ou seja, é possível tomar uma gelada e brindar uma boa taça de vinho sem que animais sejam explorados para isso.
Se liga: Beba com moderação. Se beber não dirija.
Baseado na notícia. de “Terra”.
Alice Barth é uma apaixonada defensora da causa vegana, cujo comprometimento transcende seu estilo de vida alimentar. Sua escrita envolvente e informada busca educar e inspirar os leitores sobre os benefícios éticos, ambientais e de saúde do veganismo, refletindo seu compromisso com um mundo mais compassivo e sustentável.