Uma análise de 285 milhões de postagens em redes sociais revelou como teorias conspiratórias, pseudociência e postagens pró-carne e laticínios impulsionam uma campanha de desinformação contra alimentos ecologicamente corretos e proteínas alternativas. Comissionada pela organização sem fins lucrativos Changing Markets Foundation, a maior análise de desinformação online sobre carne e laticínios mostrou que quase um milhão de postagens enganosas atacaram figuras e organizações como Bill Gates e o Fórum Econômico Mundial (WEF), descartaram descobertas científicas sobre os impactos da agricultura animal no meio ambiente e os benefícios para a saúde e o clima das proteínas vegetais e cultivadas.
A empresa suíça de dados Ripple Research analisou 285 milhões de postagens em redes sociais, principalmente no Twitter, mas também no Reddit e em outros blogs e fóruns. Descobriu-se que 948.000 postagens distorceram a verdade sobre carne e laticínios ou atacaram o veganismo e proteínas alternativas, sendo comparado à desinformação das grandes empresas de petróleo.
Esta análise ocorre um dia antes dos líderes mundiais se reunirem na COP28 em Dubai, a primeira cúpula climática da ONU focada em alimentos e que servirá principalmente alimentos com pouco ou nenhum conteúdo de carne. A Changing Markets Foundation disse que rastreou ataques online contra proteínas alternativas e postagens que exageram os benefícios de carne e laticínios diretamente até a indústria e seus representantes.
Aqui estão 12 fatos e conclusões marcantes da investigação:
- 78% das postagens atacaram o veganismo e a ciência
- Mais de três quartos (78%) das postagens de desinformação foram classificadas como ‘difamatórias’, envolvendo narrativas para desacreditar alimentos à base de plantas e atacar pesquisas científicas sobre os impactos negativos de carne e laticínios.
- Teorias da conspiração contra ‘O Grande Reset’ dominaram
- Um total de 37% (350.465) das postagens eram fortemente conspiratórias, projetando que a elite global planejou e gerenciou a pandemia de Covid-19 para derrubar a economia mundial e estabelecer um governo socialista mundial.
- WEF e Bill Gates eram alvos frequentes de desinformação
- Muitas postagens sobre O Grande Reset sugeriam um esforço coordenado para impor mudanças dietéticas radicais e transformar as pessoas em ‘súditos doentes’ por organizações como o WEF.
- 24% das postagens difamaram proteínas alternativas como não saudáveis
- Quase um quarto das postagens (223.389) atacaram carne à base de plantas e cultivada como “Frankenfood” ultraprocessado que carece de nutrição e pode causar doenças graves.
- 7% negaram as mudanças climáticas ou o impacto ambiental das proteínas alternativas
- 69.045 postagens (7% do total) atacaram a ciência climática, negando as mudanças climáticas como um embuste perpetrado por ‘extremistas veganos’.
- Um estudo não revisado da UC Davis sobre carne cultivada com alegações duvidosas foi usado como base
- Um estudo divulgado pela Universidade da Califórnia, Davis, em maio de 2023, que afirmava que a carne cultivada em células é 25 vezes pior para o meio ambiente do que a carne bovina, foi alvo de muitas dessas narrativas anti-proteína alternativa.
- ‘Soy boys’, carne e masculinidade alimentaram as guerras culturais
- 83.790 postagens (9%) tinham um aspecto de guerra cultural, apresentando carne como uma identidade envolta em uma ideologia ‘anti-elite’, ‘nós contra eles’.
- Mais postagens criticaram proteínas alternativas do que promoveram carne e laticínios
- O nível de hostilidade contra proteínas alternativas, contabilizando 292.434 postagens (31%), surpreendeu os autores do relatório, que esperavam que a maioria das postagens promovesse carne e laticínios.
- As postagens online retrataram carne e laticínios como nutricionalmente superiores
- 173.971 postagens (18%) se concentraram nos benefícios percebidos para a saúde de carne e laticínios, com slogans como “não há necessidade de temer a carne vermelha”.
Baseado na notícia “Green Queen“.
Alice Barth é uma apaixonada defensora da causa vegana, cujo comprometimento transcende seu estilo de vida alimentar. Sua escrita envolvente e informada busca educar e inspirar os leitores sobre os benefícios éticos, ambientais e de saúde do veganismo, refletindo seu compromisso com um mundo mais compassivo e sustentável.