Anúncio Pró Veganismo Foi Proibido De Ser Passado

Um anúncio da organização beneficente vegana Viva! que retratava uma mulher comendo um iogurte “vísceras”, com sangue escorrendo pelo queixo, foi proibido pela Advertising Standards Authority por ser “gráfico e sangrento” e “perturbador para crianças”.

O anúncio, exibido pela organização em aplicativos como Facebook, Instagram, Duolingo e Poki Games, mostrava uma mulher abrindo o iogurte no estilo “cantinho”, ao som de uma música animada.

Produzido pela Skylark Media, o anúncio fazia um trocadilho com a marca de laticínios “Müller”, já que a tampa do iogurte dizia “Iogurte Assassino. Com sabor a dor de uma mãe”.

Isso foi acompanhado por uma narração paródia que afirmava que o iogurte tinha sabor de “cordão umbilical”, “misturado com brutalidade” e que você poderia “sentir o tormento a cada mordida”.

A mulher então era mostrada sorrindo, sua expressão alegre contrastava com close-ups gráficos do sangue em seus dentes e lábios escorrendo pelo queixo, depois de lamber a tampa do iogurte.

O anúncio terminava com uma imagem de um galpão de fazenda leiteira fechado, cheio de vacas, com um texto sobre o vídeo que dizia: “Patrocinado. Pago pela Viva! Organização vegana… Mate iogurtes. Animado para experimentar? A pecuária intensiva está em ascensão no Reino Unido.”

O filme, que recebeu sete reclamações, foi acusado de causar “ofensa generalizada”, enquanto a autoridade de publicidade alertou que “o medo de perturbação não deve ser excessivo” e que “os profissionais de marketing não devem usar reivindicações ou imagens chocantes apenas para chamar a atenção”.

Em resposta, a Viva! afirmou que os anúncios eram para ser paródias e eram direcionados a adultos que “todos estariam cientes de que carne, laticínios, vísceras e sangue faziam parte da dieta diária do Reino Unido”.

A organização acrescentou que achava que os anúncios eram “leves em comparação” porque os telespectadores britânicos estavam “cada vez mais insensíveis a fatores de choque como morte e violência na TV”, mas reconheceu que, se a Viva! rodasse os anúncios novamente, seria “apenas no YouTube”.

No entanto, tanto o Duolingo quanto o Poki Games anunciaram que bloquearam o anunciante imediatamente. O Duolingo afirmou que os anúncios foram colocados pelo Google Admob, que não controla, e o Poki Games afirmou que o Google havia rotulado os anúncios de forma “imprecisa” como “Alimentos e Bebidas”.

A marca de jogos acrescentou que também bloqueará qualquer anúncio categorizado como “questões sociais e defesa”.

A ASA determinou que as imagens “gráficas e sangrentas” eram “injustificadas”, observando que a imagem da Viva! era “provável que seja vista como assustadora e perturbadora, especialmente para crianças”.

A agência reguladora de publicidade apontou que as exclusões da organização não foram suficientes para evitar que o anúncio fosse visto em aplicativos que provavelmente atrairiam crianças, destacando que o Duolingo tinha uma restrição de idade de 4+.

“Reconhecemos que um anúncio que faz referência ao bem-estar animal pode causar angústia a algumas pessoas”, disse o regulador de publicidade, mas acrescentou: “Consideramos que a angústia provável causada por este anúncio, especialmente às crianças, era injustificada”.

A decisão vem na esteira da campanha da Viva!, que começou no início deste ano, com um truque na Leicester Square com o chef vegano famoso Matt Pritchard.

A campanha da Viva! coincidiu com uma investigação do The Observer que revelou o mau tratamento das vacas leiteiras pelos fornecedores da Müller em várias fazendas de confinamento zero.

Falando na época do truque, a diretora administrativa da Viva!, Laura Hellwig, disse que a organização pretendia “desmantelar a narrativa de que a laticínios é uma indústria pacífica, quando a realidade é muito mais brutal”.

“Nossa recente investigação revelou que as principais marcas de laticínios Müller e Arla obtêm laticínios de fazendas que mantêm as vacas trancadas em galpões estéreis durante toda a vida delas, causando um estresse e tédio inimagináveis”, continuou ela.

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