Em muitas ocasiões, o Estado tende a ser um dos últimos atores a adotar mudanças socioculturais ou ambientais que exigem adaptação por parte de vários setores. Essas mudanças são necessárias para enfrentar novas necessidades sociais ou ambientais, muitas das quais são urgentes e podem afetar a população como um todo.
Atualmente, estamos enfrentando uma crise climática global, e o Chile não está isento dessa realidade. Observamos nosso território sendo afetado, com medidas adotadas pelo setor privado, pela sociedade civil organizada e, mais recentemente, pelo Estado por meio de instituições públicas. Essas medidas visam metas de mitigação e adaptação a longo prazo, com o objetivo de reduzir a vulnerabilidade e aumentar a resiliência aos efeitos adversos das mudanças climáticas.
Infelizmente, ao contrário do setor privado, temos observado como as instituições públicas do país têm negligenciado ou ignorado iniciativas que promovem uma alimentação que reduza o impacto negativo das mudanças climáticas. Isso revela um conflito ao tentar aplicar medidas de promoção ou incentivo a uma alimentação amigável ao meio ambiente.
A alimentação vegana surge como benéfica para enfrentar as mudanças climáticas, apoiada pela própria Organização das Nações Unidas (ONU), da qual o Chile é membro. Em sua Guia de Ação Climática, a ONU destaca que compreender o impacto do nosso sistema alimentar no planeta é tanto uma área de conscientização quanto uma oportunidade importante para mitigar as mudanças climáticas. Atualmente, nosso sistema alimentar gera um terço das emissões totais de gases de efeito estufa, mais do que o setor mundial de aviação. Além disso, enfatiza que a alimentação vegana pode reduzir a pegada de carbono anual de uma pessoa em até 2,1 toneladas ou até 1,5 toneladas para um vegetariano.
A alimentação baseada em produtos de origem animal tem um impacto negativo no planeta devido às emissões de gases de efeito estufa, ao consumo excessivo de água potável e ao uso intensivo de terras agrícolas. Apesar dessas informações, as instituições estatais não aplicam medidas de promoção ou incentivo para reduzir o consumo de carne, e iniciativas como #MiMenuVegano da Animal Libre ou #EneroVegano da Veganuary ainda não são plenamente implementadas, apesar de seu impacto positivo evidente.
Embora tenha havido aproximações a esse tipo de iniciativa por parte do aparato estatal, ainda há um longo caminho a percorrer. Organizações como a Animal Libre, que há mais de 6 anos advoga pela integração de um Menu Vegano no Programa de Alimentação Escolar (PAE) da Junaeb, podem ver progressos neste ano. Da mesma forma, a iniciativa do Enero Vegano, que contou com a participação das prefeituras de Constitución e Viña del Mar, e a adesão de numerosos deputados, mostra um progresso, com muitos deles reduzindo o consumo de carne ou adotando uma dieta vegana permanentemente.
É imperativo que o aparato estatal aplique esses casos de sucesso em sua totalidade, especialmente quando existem áreas especializadas em mudanças climáticas e sustentabilidade. Essas áreas precisam incorporar agora novas políticas públicas amigáveis ao planeta e seus habitantes.
Baseado na notícia de “elmostrador“.
Alice Barth é uma apaixonada defensora da causa vegana, cujo comprometimento transcende seu estilo de vida alimentar. Sua escrita envolvente e informada busca educar e inspirar os leitores sobre os benefícios éticos, ambientais e de saúde do veganismo, refletindo seu compromisso com um mundo mais compassivo e sustentável.